Na Parte 1, escrevi sobre o que a submissão bíblica não é.
Sobre a definição positiva, perguntei ao André, meu marido:
O que significa na prática, pra você, a minha submissão?
– Eu acato as decisões dele (Normativo)
– Eu tenho aprendido a desistir de pressionar ou manipular (Situacional)
– Do lado mais subjetivo, tenho aprendido a não desprezá-lo quando ele toma atitudes que me desagradam ou revela fraquezas (Existencial)
Acatar decisões
Em nosso casamento, o processo de decisões é todo democrático, mas está claro para mim que a prerrogativa de bater o martelo é dele; então, tento proceder de modo cuidadoso, não autoritário, desde o começo. André nunca toma uma decisão que afete a nós dois sem me perguntar o que acho. No entanto, o processo chega ao fim, e podemos não concluir a mesma coisa. Se isso acontecer, o martelo está nas mãos dele — e isso é reconfortante para mim, pois eu me sentiria sobrecarregada — por exemplo, culpada demais — se o ônus de uma decisão difícil recaísse mais sobre mim que sobre ele.
Desistir de pressionar ou manipular
Se o ponto 1 não estiver claro para mim, sofro a tentação de obter o assentimento dele à minha ideia por vias indiretas. Aqui entram chantagem emocional, táticas discursivas, ameaças veladas, falatório até ele ceder etc. Todos esses são estratagemas inerentemente pecaminosos e me fazem mal também, pois me deixam em estado permanente de ira contra ele e contra Deus, pois eu é que me encarrego de mudar a cabeça dele (controle excessivo). Caso ele não se dobre à minha ideia, comparecer diante de Deus para orar e tocar o coração dele rumo ao que penso será muito mais saudável.
Aprender a não desprezar
Há muitas decepções mútuas no casamento, e precisa ser assim, pois isso significará uma relação verdadeira em vez de idealizações. Minha tendência, quando isso acontece, é desprezar André por ter esperado dele uma atitude diferente. Esse é um aprendizado valioso de consciência da fragilidade humana do outro, empatia e perdão. Quanto mais aprendemos isso, mais nos tornamos capazes de parar com a insistência nas cobranças, ajudando o marido em vários aspectos — sendo que, para mim, o mais importante é oferecer subsídios para que ele possa enxergar-se e compreender-se melhor. Mudanças reais são lentas e precisam de processamento interior. Sejamos pacientes como o próprio Deus é paciente.