Sobre mim

Sempre soube desde pequena que era uma apaixonada pela beleza artística, principalmente música e literatura. Era intensa, sensível demais. E também era criativa, gostava de escrever sobre questões cruciais. Queria entender Deus, a morte, o propósito da existência. Porém, por algum motivo, acabei fechando meu caminho para a beleza feminina, a beleza pessoal. Tinha sido uma criança toda empetecada pela avó e pela mãe, que me enfeitavam escolhendo roupas e acessórios, inventando penteados, pintando minhas unhas.

Na adolescência, porém, passei a rejeitar todo tipo de embelezador externo, desprezando a ideia de me adequar a qualquer orientação nesse sentido. Enquanto as adolescentes da escola aprendiam a se maquiar e a se vestir, eu gostava de vociferar contra a moda e dizer que a maquiagem ocultava o rosto e feria a autenticidade. Vocês não imaginam como eu andava, para a consternação de minha mãe. Entre os anos 1980 e 1990 ainda não estavam na moda esses rasgadinhos na calça, na jaqueta, nas blusas de malha, mas provavelmente eu a antecipei, porque andava com blusa de malha furada, sapato aberto na ponta tipo boca de jacaré e por aí vai… mas eram rasgados porque estavam velhos mesmo! Ou seja, não ligava nada para minha imagem. A única coisa que eu me permitia amar era os perfumes (e eles também são uma parte importante da imagem, como vim a descobrir).

A primeira coisa que eu pensei em ser na vida foi psicóloga. Estava bastante decidida, pois meu maior desejo era ajudar pessoas de um modo profundo e significativo. Para a minha grande surpresa, após um ano de Psicologia eu me descobri muito infeliz, deslocada, sem motivação. Ficava me deprimindo pelos corredores da faculdade e escrevendo poemas. Por fim entendi que faltava ali o elemento estético que eu tanto valorizava.

Após tentar um semestre em Jornalismo, optei pela formação em Letras (Francês/Português) para estudar literatura. Lá pela metade do curso, iniciou-se a maior transformação da minha vida: em 1995, com 24 anos, eu me converti ao cristianismo. Jamais poderia deixar de falar disso que fez toda a diferença na minha vida: a descoberta de um Pai celestial que me olha e cuida de mim. Isso me deu um senso de valor e resgatou a feminilidade que, sem perceber, eu tentava sufocar. Aos poucos, passei a querer me cuidar e me apresentar bela ao mundo.

Ainda assim, o meu processo foi muito inconsciente no começo e muito desordenado. Eu não tinha ajuda nem acesso a informação, por mais esforço que fizesse. A profissão de consultoria de imagem ainda não existia, e pior: não existia a internet! Disponível no Brasil somente a partir de 1996, ainda era “mato” para a maioria. Informação escassa. As revistas de moda eram muito caras e vendiam imagens que eu via como inacessíveis. Não havia a ideia da inclusão, tão em voga hoje. Você tinha que se encaixar na moda, e não o contrário. Teve a época da calça baixa, e era impossível encontrar calças de cintura alta. Teve a época dos saltos plataforma, e flats se tornavam raridade… O que entrava na moda impedia a presença do que fosse diferente.

Na TV a cabo, começavam a surgir os programas de transformação visual, do tipo “antes e depois”, como o Fashion Emergency, no canal E! Entertainement Television. De uma época em que havia uma diferença abissal entre a moda americana e a nossa, não era muito útil na prática. As brasileiras ainda esperariam alguns anos para aprender alguma coisa com o Esquadrão da Moda (What Not to wear), primeiro o inglês e o americano, e por fim o brasileiro, lançado em 2009. Mas tudo isso ainda estava muito longe de um processo de consultoria de imagem, virtualmente desconhecida do grande público.

A partir do momento em que me converti, já formada e trabalhando, comecei a gastar muito dinheiro nos “embelezadores”. Comprei muita coisa bonita mas que não encaixava nem em mim, nem no armário como um todo: roupas que não conseguia usar, sapatos que machucavam, cortes de cabelo que não me valorizavam. Era quase palpável a estranheza quando me olhava no espelho, mas ainda não sabia definir o que estava errado.

Eu e Simone Quaresma em meados de 2007. Os óculos, o vestido e o colar parecem pertencer cada um a um “planeta” diferente.

Passei alguns anos buscando refinar a sensação, mas fui progredindo bem devagar. Aprendi a me maquiar aos 30 anos de idade, ajudada pelos grupos do saudoso Orkut. Acompanhei o início dos blogs sobre maquiagem, moda e beleza: Victoria Ceridono, Marina Smith, Ana Soares. Sou grata a elas! Mas a mudança só se completou muito tempo depois, quando compreendi que a teologia não é inimiga da beleza feminina — pelo contrário, correlações maravilhosas podem ser feitas entre os dois assuntos — e comecei a estudar os conteúdos da consultoria de imagem, em grande parte porque queria aplicar a mim mesma. Ao longo do processo, simplesmente me apaixonei pela ideia de aplicar esses conhecimentos a outras mulheres. E aquele desejo original de ajudar se encaixou com o amor pela beleza.

Então, na minha história, houve essa convergência de áreas: meu amor pela beleza se traduziu primeiro na literatura; depois, na teologia, pela correlação entre um Deus harmonioso e sua criação; finalmente, na beleza feminina e nos recursos criacionais — formas, cores, proporções e estilo, ou seja, a diversidade dos modos de ser no mundo —  que a ressaltam. Não para esconder a mulher, nem torná-la igual a outras, mas para que se mostre em toda a sua singularidade.

Tudo isso para dizer que, sim, eu sou doutora em literatura, mestre em teologia e consultora de imagem. Uma combinação um tanto inusitada, mas… esta sou eu. Abri este site não só para divulgar meus serviços em consultoria de imagem, mas para continuar escrevendo sobre o que me apaixona: beleza em teoria e em prática.

Hoje consigo enxergar minha formação como algo que me faz apreciar a beleza em suas mais variadas formas. E fico muito feliz com a ideia de estimular meus leitores à mesma apreciação, não importa sua área.

Se você deseja uma palestra sobre Teologia & Beleza em sua igreja, preencha esse formulário.

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